05 outubro 2009


Numa praia tranquila, junto a uma colonia de pescadores, morava um escritor. Todas as manhas, ele passeava pela praia, olhando as ondas. Assim ele se inspirava e, a tarde, ficava em casa, escrevendo.

Um dia, caminhando pela areia, ele observou um vulto que parecia dancar. Chegou mais perto e viu que era um garoto jovem pegando, na areia, as estrelas-do-mar, uma por uma e jogando-as depois de volta ao oceano.

- E ai? - disse-lhe o jovem num sorriso, sem parar o que fazia.

- Por que voce está fazendo isso? - perguntou o escritor, curioso.
- Não ve que a maré baixou e o sol esta brilhando forte? Se estas estrelas ficarem aqui na areia vão secar ao sol e morrer!

O escritor até que achou bonita e louvável a intenção do garoto, mas deu um sorriso cético e comentou:
- Só que existem milhares de quilometros de praia por este mundo afora meu caro. Centenas de milhares de estrelas-do-mar devem estar espalhadas por todas essas praias, trazidas pelas ondas. Voce, aqui, jogando umas poucas de volta ao oceano, que diferença faz?

O jovem olhou para o escritor, pegou mais uma estrela na areia, jogou-a na agua do mar, voltou a olhar para ele e disse:

- Para esta aqui, eu fiz toda a diferença.

Naquela tarde, o escritor não conseguiu escrever. De noite, mal conseguiu dormir. De manhãzinha, foi para a praia.

O jovem pegava as primeiras ondas do dia com sua prancha. Quando saiu do mar e foi para a areia, encontrou o escritor. Juntos, com o sol ainda manso e começando a subir, começaram a jogar estrelas-do-mar de volta ao oceano.

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