04 junho 2009

Cães e outros animais podem realmente sentir remorso, sugerem estudos


Cientistas costumavam pensar que criaturas só simulavam culpa. Novas pesquisas, entretanto, começam a mudar esse panorama.

Inúmeras experiências foram realizadas por neurobiólogos da Universidade Duke, que recentemente relataram o experimento na revista "Science".

“Os macacos, assim como pessoas, têm pensamentos do tipo ‘teria, poderia’”, disse Ben Hayden, um dos pesquisadores. Outro dos autores, Michael Platt, apontou que os macacos reagiam a algumas experiências onde perdiam algo, trocando suas escolhas, exatamente como humanos reagem a uma oportunidade perdida através da troca de estratégia.

Outras muitas experiências foram feitas e analizadas também por psicólogos.
“Alguns animais realmente sentem arrependimento, quando definido como o reconhecimento de uma oportunidade perdida”, disse Brosnan. “Na natureza selvagem, essas habilidades podem ajudá-los a reconhecer quando eles devem sair para caçar em diferentes áreas ou buscar um parceiro de ajuda capaz de dividir os prêmios de forma mais justa”.
Ninguém sabe exatamente, como esse sentimento de remorso afeta um animal no lado emocional. Quando vemos um cachorro se arrastando e nos olhando por baixo, gostamos de deduzir que ele esteja sofrendo como nós mesmos após uma gafe. Todavia, talvez ele esteja apenas nos enviando um útil sinal: eu errei.

Entre ter e saber
- “É possível que esse tipo de sinal social em animais possa ter evoluído sem a experiência consciente do arrependimento”, disse Sam Gosling, psicólogo da Universidade do Texas, em Austin. “Mas parece mais plausível que haja algum tipo de experiência consciente, mesmo que não seja do mesmo tipo que eu e você sentimos”.

Marc Bekoff, um ecólogo comportamental da Universidade do Colorado, diz estar convencido de que animais sentem dores emocionais por seus erros e oportunidades perdidas. “Em “Wild Justice”, seu novo livro, escrito numa parceria com a filósofa Jessica Pierce, Bekoff relata milhares de horas de observação de coiotes na vida selvagem, além de cachorros domesticados em liberdade.

“Esses animais não são tão emocionalmente sofisticados quanto humanos, mas precisam saber o que é certo e o que é errado – pois essa é a única maneira pela qual grupos sociais podem funcionar”, disse. “O arrependimento é essencial, especialmente no mundo selvagem. Humanos são muito misericordiosos com seus animais de estimação, mas se um coiote selvagem fica com uma reputação de trapaceiro, ele é ignorado ou banido, e acaba deixando o grupo”.

Animais vândalos sentem dúvidas morais? Depois de ver tapetes, malas e móveis destruídos por meus bichos, não acho que a evolução tenha favorecido os animais com qualquer senso de direito de propriedade. Todavia, me sinto encorajado pelas histórias de vândalos pesarosos no livro de Eugene Linden sobre comportamentos animais, "The Parrot's Lament”.
Porém, esta afirmação não serve para os gatos.

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