12 junho 2009

REAL MADRI APOSTA EM MISTURA ENTYRE "BAD BOY" E "BOM MOÇO"


A língua é a mesma, mas a dúvida é sobre o que eles vão conversar.
Kaká e Cristiano Ronaldo, os dois astros comprados a peso de quadros raros de Pablo Picasso pelo Real Madrid durante a semana, têm perfis opostos, restando ao clube a expectativa de que, dentro de campo, as diferenças de comportamento sejam suprimidas.

Ao arranjar 159 milhões de euros para ter os dois últimos jogadores premiados como os melhores do mundo pela Fifa, o Real apostou alto na capacidade técnica e midiática dos astros. Como eles vão se encaixar em um mesmo time, como vão render melhor sem ocupar o espaço do outro será problema do técnico Manuel Pellegrini.

Mas ajustar um time com jogadores que só podem ser comparados com Lionel Messi no futebol atual é mais fácil do que imaginar um entrosamento nos vestiários entre o "bom moço" brasileiro e o "bad boy" português.

Ao ser anunciado pelo Real Madrid, na última quinta-feira, Cristiano Ronaldo estava em Los Angeles curtindo o início de suas férias e comemorou a mudança na carreira, segundo a imprensa inglesa, em uma noite regada a champanhe ao lado de Paris Hilton, a última de suas conquistas amorosas. A espanhola Nereida Gallardo e a irmã de um jogador brasileiro também teriam caído nos braços do jogador nos últimos meses.

É inimaginável Kaká em uma comemoração parecida. Casado com Caroline Celico desde 2005, o jogador assegurou em diversas oportunidades só ter perdido a virgindade depois da troca de alianças, realizada após três anos de namoro. Religioso, Kaká mantém laços firmes com uma igreja evangélica e sua vida social está longe de interessar os paparazzis. Afinal, o brasileiro não sofreu acidente com uma Ferrari em alta velocidade e nem carrega uma acusação de estupro como seu futuro companheiro.

No último ano, de semana em semana a imprensa espanhola publicava supostas declarações do português reafirmando um desejo incontrolável de jogar em Madri. Se oficialmente segurava a língua, Cristiano Ronaldo mostrava em atitudes que o seu relacionamento com o Manchester estava no fim. Na mais exemplar delas, deu um chilique ao ser substituído por Paul Scholes no clássico da cidade na reta final do último Campeonato Inglês.
Muitas vezes individualista com a bola nos pés, Cristiano Ronaldo freqüentemente estoura dentro de campo. Seja com o companheiro que esqueceu de tocar a bola, seja com o adversário que esteja o marcando. Esquentadinho, não é raro levar cartões vermelhos ou ser acusado de ser desleal por rivais.

Se o novo Real Madrid galáctico vingar, o futebol ganhará um forte argumento de que um time vencedor se faz apenas dentro de campo, mesmo que Kaká festeje o título em uma missa enquanto Cristiano Ronaldo comemore em uma boate. Caso contrário, uma das desculpas para o fracasso será de que, mais importante do que ter os melhores jogadores à disposição, é saber como lidar com eles.

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