10 julho 2009

CIÚME

Manifestação de amor ou impulso destrutivo?
Sabe aquele sentimento de angústia e revolta, que surge sem avisar e muda o seu senso de humor, provoca brigas e destrói a harmonia do seu relacionamento? Segundo a psicoterapeuta Kátia Beal, especialista em relacionamentos amorosos, na medida certa o ciúme pode ser compreendido como zelo, cuidado com quem se ama, portanto, poderia ser considerado um sentimento constitutivo da natureza humana. Desse modo, todos nós seríamos ciumentos em maior ou menor grau.
"Mas, mesmo que para muitos o ciúme possa representar uma manifestação de amor, ele é, na verdade, um sentimento que produz angústia em muitos parceiros e pode atingir formas doentias, abalando a saúde mental. o que nos obriga a ficar atentos para saber elaborá-lo em favor de nossa vida amorosa", alerta.

Kátia ressalta que o ciúme vira uma doença quando a insegurança é tamanha que sufoca o parceiro. Como nos casos de pessoas que sentem a necessidade de prender a pessoa amada, limitando o seu espaço por medo de perder. "Pode ser por já ter sido traído(a) ou por uma ameaça real ou imaginária. O ciúme doentio ou patológico é um transtorno afetivo grave, com pensamentos, emoções e comportamentos irracionais e extremos em que a maior preocupação é quanto à infidelidade do parceiro, mesmo que não ocorram evidências concretas", observa.

Fique atento aos sintomas
Ansiedade e angústia,
Culpa e remorso
Raiva e depressão
Sentimentos de inferioridade, baixa auto-estima, humilhação e insegurança
Rituais de verificação em carteiras, bolsos, celular e talão de cheque
Sentimento de posse e desejo de vingança


O ciúme doentio é geralmente distinto entre homens e mulheres, mas todo esse medo de perder o parceiro(a) para um rival gera desconfiança excessiva e infundada e consequente prejuízo na vida pessoal e no relacionamento. A especialista alerta para os perigos de um sentimento que, apesar de natural, pode ter sérios resultados se não receber a devida importância.
"As consequências do ciúme patológico podem variar desde ameaças de violência, espancamentos e até assassinatos. Muitas vezes, o parceiro ataca a mulher com uma raiva intensa, com a intenção de causar dano corporal ou, até mesmo, a morte. O álcool tem um papel desencadeador do ciúme, levando a suspeitas de infidelidade, distorção da percepção e interpretação errada dos fatos."

Tratamento
Segundo Kátia Beal, para evitar maiores problemas, nos casos mais graves, é importante atentar para a importância do tratamento psicológico e/ou psiquiátrico.
Em primeiro lugar é preciso admitir o problema, não negando a situação. "Discutir a relação com o parceiro, dividindo angústias e temores, questionando os fatos, revendo as atitudes tomadas, autoavaliar-se, entre outras atitudes benéficas, promove uma autocompreensão e autoconhecimento necessários para uma relação amorosa saudável", orienta.

A terapia pode ajudar por proporcionar momentos de exposição de problemas, por meio de conversas em que as diferenças e crises podem ser expostas, possibilitando identificar os pensamentos e impressões equivocadas, evidenciando os conflitos existentes para passar a lidar com as questões emocionais que geram o ciúme. Esse processo visa proporcionar o aumento da autoestima e a qualidade do relacionamento.

"A autoestima é o sentimento da importância ou valor que a pessoa tem por si mesma, é o autorrespeito e autoconsideração. Ela é construída a partir das experiências que provam e comprovam a sua competência nos vários aspectos da sua vida. Quando uma pessoa tem uma autoestima rebaixada provavelmente é tomada por fortes ilusões com respeito ao que pode esperar dos outros, tem tendência a abrigar fortes temores, além de ter uma forte predisposição para manifestar desapontamentos e desconfiar das outras pessoas", finaliza Kátia Beal.

Fonte: Agência Unipress Internacional

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