05 julho 2009

MODA- CONTANZA PASCOLATO LANÇA NOVO LIVRO QUE TRAZ CONFIDÊNCIAS SOBRE MODA, ESTILO E BEM VIVER



“Confidencial - segredos de moda, estilo e bem-viver” será lançado amanhã (dia 6), no shopping Pátio Higienópolis em São Paulo. Publicação da editora Jaboticaba (que é de uma das filhas de Costanza), o livro está sendo aguardadíssimo pela turma da moda, que é sempre toda ouvidos para o que tem a dizer a “Papisa da moda brasileira”.

Lillian Pacce do blog LP conversou com Constanza sobre a obra, o gosto por cinema, sua relação com Vivienne Westwood e até Anna Wintour que, na opinião dela, é “é uma mulher mal resolvida”. Confira!

Se simplicidade é uma arte, o que a gente precisa pra viver?
A simplicidade que eu falei é uma questão de refinamento na maneira de pensar e de sentir. Isso fica mais óbvio quando você olha para a cultura oriental e o feng shui. Nele, você elimina aquilo que incomoda e atrapalha, priorizando o que é melhor e o que é necessário pra viver.

Ainda existem regras a respeito do cabelo curto para mulher mais velha? Na moda em geral, existe alguma coisa que mulheres mais velhas não devem usar?
Escrevi uma matéria recentemente que falava disso. Na minha época, quando a chegavamos aos 40, a gente encurtava o tamanho dos fios. O cabelo vai ficando ruim, vai enfraquecendo, então a gente encurtava. Só que não precisava ser sóbrio. O corte podia ser diferente, novo. Agora, vejo que as técnicas e os tratamentos para os cabelos estão mais sofisticados. Então, na verdade, quem quer pode até aumentar os fios. Só que cabelão muito comprido ou um penteado extremamente juvenil não é muito bom, envelhece. Você tem que se olhar no espelho, ver se aquilo está bem pra você. Estava lendo uma reportagem na “Vogue” inglesa que falava da “elegância sem idade” e trazia uma entrevista com uma artista plástica de 50 anos, vanguardista. Ela dizia: “Todo mundo fala que na minha idade não posso usar minissaia. Me tirem foram dessa, pois a melhor coisa que tenho são as minhas pernas. Vou usar uma meia fina e continuar a exibi-las”. Ela não está certa?

Em toda sua experiência no mundo da moda, qual a coisa mais esquisita que já te aconteceu?
Nossa, agora estou lembrando o quanto de histórias eu vivi… Bom, tenho uma boa com o Luis Trípoli, um fotógrafo de muito sucesso nos anos 80. A gente foi no topo de um prédio novo ali no centro de SP e ele colocou as modelos na beiradinha do heliponto. Ele queria que elas ficassem lá como se estivessem praticamente no ar, numa posição que elas se apoiavam praticamente num pé só. Por trás, ainda tinha um modelinho do avião que na foto precisava parecer que estava voando atrás das modelos. Imagine es meninas lá com a mão na cabeça, o aviãozinho preso num fio de náilon… Enfim, tudo muito precário. Eu não agüentei a tensão e fiz as meninas descerem do parapeito. Foi o momento mais dramático da minha vida, não queria ser responsável pela morte de ninguém.

E qual a coisa mais bacana desses mais de 40 anos de moda?
Bem no auge da Vivienne Westwood, quando ela ainda estava com Malcolm McLaren, eu era vidrada nela. E ficava inventando matérias na revista “Claúdia” para poder conhecê-la. Um dia, finalmente ela topou falar comigo. Ela estava no Halles e eu liguei pra acordá-la. Fui ao hotel, fiquei esperando ela acordar e, quando ela levantou, pediu que eu fosse ao quarto… Uma bagunça. E eu lá fazendo minhas perguntas, ela tomou banho, depois a gente desceu, comemos no restaurante… Lembro do barulho dos pratos batendo daquele dia. Depois, fomos pro metrô, em direção ao ensaio do desfile dela em Paris, aquele em que ela pintou os modelos como jogadores de rugby. Aí ela ficou minha amiga. Tanto que a Lilian conheceu a Vivienne aqui na minha casa. Mas, das últimas vezes que fui pra Paris, não a vi mais. Não sei, mudou a vida… Queria deixá-la do jeito que eu a conheci.

No seu livro, você fala que quando descobriu os livros proibidos do Vaticano decidiu ler todos. Qual deles você gosta mais?
Eu era tão criança que não entendia nada. Eram livros muito filosóficos, existencialistas… O único que eu entendia e que eu gosto é o “Amante de Lady Chatterley”, de D.H. Lawrence. Esses livros eu tenho até hoje. Estão caindo aos pedaços, mas estão lá como parte da memória.

Você também fala da sua paixão pelo cinema. Se você fosse uma atriz de Hollywood, que filme gostaria de ter feito?
Eu adorava a Ava Gardner e ela me parecia mais sedutora em “Os Assassinos”, de 46. Estava tão linda… Não era pelo filme que eu queria atuar nele, era por ela. Eu queria ser ela naquela hora, com aquele vestido preto de cetim de uma alça só. E sabe o que é interessante? Quem descobriu a Ava foi Curt Siodmark e, por incrível que pareça, em 52 ele veio ao Brasil. Numa festa no antigo prédio do “Estadão”, ali no centro, foi realizada uma festa com um desfile - Christine Yufon, uma chinesa linda, aliás era umas das modelos – e Curt estava lá. Ele me viu, se aproximou e me deu um cartão. “Você não quer fazer cinema em Hollywood?”, disse ele. Cheguei em casa, tomei a maior bronca do meu pai e fiquei quieta, né? Sonhando com a roupa que eu estaria usando no dia que chegasse lá.

Quem seria seu par romântico no cinema?
Nunca me apaixonei por um ator como essas meninas de hoje que ficam doidas. Eu os achava chiquérrimos. Adorava o Cary Grant.

O que uma mulher nunca deve fazer na frente de um homem?
Eu jamais fui ao banheiro com meus maridos, nos 4 casamentos.

Carine Roitfeld ou Anna Wintour?
Carine Roitfeld. Além dela ser mais chique, eu acho que ela é mais relevante. A Anna Wintour pode ser poderosa o quanto ela quiser, mas acho até que ela se veste mal. Ela sempre usa umas coisas meio esquisitas… Ela é uma mulher mal resolvida.

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