25 novembro 2009

ECONOMIZAR ENERGIA É INÚTIL, AFIRMA ESTUDO

A propaganda para economia de energia e cuidados com meio ambiente não mudam a realidade: de acordo com o cientista Tim Garrett, da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, isso não ajuda a estabilizar nem reduzir as emissões de gases à atmosfera. Em seu novo estudo, o pesquisador argumenta que a conservação ou eficiência da energia não chega a economizar energia, mas sim aumenta o crescimento econômico e acelera o consumo de energia.


No estudo, Garret afirma que a “estabilização das emissões de dióxido de carbono nas taxas atuais irá exigir aproximadamente 300 gigawatts de produção de energia ‘limpa’ anualmente — aproximadamente uma nova usina nuclear – ou equivalente — por dia”. De acordo com o cientista, não há outras opções sem destruir a economia.

A descoberta mais importante feita no estudo é que a produção econômica durante toda a história foi ligada à taxa de consumo de energia em um nível global. Basicamente, isto significa que uma “constante” de 9,7 miliwatts é necessária para a produção de um dólar na economia – ajustado às taxas de 1990. Testando sua teoria, Garrett descobriu que esta relação é constante entre o uso da energia a a produção econômica em qualquer época.

Ele utilizou as estatísticas das Nações Unidas sobre o Produto Interno Bruto (PIB) global, dados do Departamento de Energia dos Estados Unidos sobre o consumo de energia em todo o mundo entre 1975 e 2005, além de analisar outros estudos que estimaram a produção econômica global há até 2 mil anos. O estudo também envolveu um estudo sobre as implicações das emissões de dióxido de carbono.

“Ao descobrir este fator constante, o problema do crescimento da economia global fica muito mais simples”, afirma Garrett. “Não é mais necessário considerar o crescimento das populações e as mudanças no padrão de vida, porque eles marcham na velocidade da disponibilidade de abastecimento de energia”, explica.

Segundo o pesquisador, a aceleração das emissões de dióxido de carbono não devem mudar tão logo, pois o uso que fazemos da energia atualmente está muito ligado à produtividade econômica do passado da sociedade. “Observando por esta perspectiva, a civilização evolui em compasso com o consumo de energia e incorporação de materiais do ambiente”, diz. Ele compara a situação a uma criança que cresce consumindo alimento, e quando termina de crescer, pode consumir mais comida, o que permite que ele cresça mais ainda.

Uma das ideias mais polêmicas de Garret é que a conservação de energia não reduz o uso da energia, e sim aumenta o crescimento econômico e contribui para o aumento do uso de energia: “Ao fazer com que a civilização seja mais econômica[mente próspera] simplesmente faz com que ela cresça mais rapidamente e consuma mais energia”, afirma.

Ele diz que a ideia que a conservação de recursos naturais acelera o consumo destes recursos foi proposta em 1865 no livro “The Coal Question” (“A questão do carvão”, em tradução livre), escrito por William Stanley Jevons, que notou que os preços do carvão caíram e o consumo aumentou muito depois de melhorias na eficiência de aparelhos a vapor.

Garret afirma que não está tentando convencer as pessoas que conservar energia não importa: “Apenas estou dizendo que não é realmente possível conservar energia de um modo significativo, porque as taxas atuais do consumo dos recursos são determinadas pelo passado da produção econômica, que é imutável”, argumenta. “Se você se sente bem ao conservar energia, tudo bem, mas não tenha a pretensão de que isso fará alguma diferença”, completa.

Apesar do seu ceticismo, o pesquisador sugere que “Se a sociedade investir recursos suficientes para meios alternativos de energia, que não utilizem o carbono, então talvez ela possa continuar crescendo sem aumentar o aquecimento global”.

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