17 novembro 2009

O Verdadeiro Amor não tem limites


Vou tentar usar uma imagem para explicar o que quero dizer.
Imagine um pai que acorda de manhã para ir trabalhar, para que possa ter condição de comprar um pão para seu filho. Onde está o limite? O limite é o seu próprio filho.

Dentro deste limite, há ilimitadas formas de amor, chegando até a máxima forma que seria dar a sua própria vida para salvar o seu filho. Mas perceba. O filho é o fim da linha para este pai.
Mas o verdadeiro amor não pode ter limites. Ele precisa transpor o limite da familiaridade, do conhecimento.

O homem que acorda de manhã para ir trabalhar e procura sustentar, não só o seu filho, mas também uma criança desconhecida, sem nome, sem identidade nenhuma com ele, ultrapassou a barreira limítrofe da familiaridade, da identidade e do conhecimento.

Mas não quer dizer que o amor é isto. Apenas significa que o amor é também isto.
O verdadeiro amor não se define, mesmo porque a própria palavra “definir” significar “dizer o fim”.

Talvez por isto, Paulo quando escreveu a mais bela “definição” do amor, em grande parte ele não disse o que ele é, mas o que ele não é. Porque o amor não se é explicado com formas limitadoras, com delineações, com definições.

Posso dizer que o amor é uma pessoa? Sim, desde que os limites desta pessoa não existam. E quem melhor para nos dar a impressão de infinitude do que Deus. Por isto João disse que Deus é Amor. O Eterno é Amor.

Somos seres limitados, mortais. O único momento que nos faz adentrar a eternidade, ultrapassando a barreira da morte é no Amor. O amor torna seres limitados, eternos.

Se me permite, um conselho, veja se seu amor já encontrou morada, aconchego. Se já encontrou um ponto de descanso, de chegada. Se sim, saia imediatamente deste lugar, e continue a caminhar, para que seu amor seja verdadeiramente eterno e ilimitado.

Como Paulo, que disse muito do que o amor não é, vou tentar dizer algumas coisas do que o amor não exige:

O verdadeiro Amor não exige rosto
Não exige identidade
Não exige familiaridade
Não precisa do ser conhecido

O verdadeiro amor não precisa andar acompanhado
Das palavras, pai ou mãe

Ele aceita a impessoalidade das palavras
você...
o outro...
o estranho...

Ele não só dorme em berço esplêndido
Mas sente frio, fome e nudez

O verdadeiro Amor não se limita ao sorriso,
Mas chega aos lábios tristes

O verdadeiro Amor não é privilégio do que corre,
Mas ele anda de cadeira de rodas

O verdadeiro amor não se define pelo que se vê
Pois não precisa de olhos
Ele vagueia pela imaginação

O verdadeiro amor não tem apenas o hoje,
Mas tem também o ontem e o amanhã.

Ele não exige que o outro seja próximo
Ele torna todos os outros, próximos

Fonte: Fora da Zona de conforto

Nenhum comentário:

Postar um comentário