13 novembro 2009

Que é mais difícil: estar humilhado ou ter abundância?


Não estou dizendo isso por me sentir abandonado, pois aprendi a estar satisfeito com o que tenho. Sei o que é estar necessitado e sei também o que é ter mais do que é preciso. Aprendi o segredo de me sentir contente em todo lugar e em qualquer situação, quer esteja alimentado ou com fome, quer tenha muito ou tenha pouco – Filipenses 4.11-12

Paulo sabia o que era estar humilhado, ter fome e padecer necessidade; por outro lado, sabia o que era ter abundância, estar suprido, ter fartura. Seria interessante discutir a relativa dificuldade dessas duas coisas. Que é mais difícil: estar humilhado ou ter abundância – sem perder a atitude de contentamento? Ignoro se essa pergunta puder alguma vez obter resposta.

As duas coisas são extremamente difíceis. Uma é tão difícil como a outra. Posso ficar humilhado sem sentir rancor, ou sem afligir-me, ou sem sofrer ansiedade? Posso padecer a falta de alimento e roupa, posso suportar rebaixamento em minha profissão ou ofício ou serviço, posso de um jeito ou doutro ser derrubado e ainda permanecer em espírito exatamente como eu era antes? Como é difícil isso!... Paulo... experimentara toda sorte de provações e tribulações e, contudo, não foi afetado por elas.

Considere agora, o outro lado “sei o que é ter abundância”, diz Paulo, “sei o que é estar suprido, sei o que é ter fartura”. Que coisa difícil é essa! Como é difícil a pessoa rica deixar de sentir completa independência de Deus...

A maior parte dentre nós lembra-se dEle quando está por baixo... mas, quando tem tudo quanto necessita, quão é fácil é esquecer-se de Deus!...

O que Paulo diz é que em qualquer dessas situações ele está em perfeita liberdade. A pobreza não o prostra, a riqueza não o faz extraviar-se, nem o faz perder a estabilidade. Diz ele que não depende nem de uma nem de outra, que é auto-suficiente neste sentido, que sua vida não é dirigida por estas coisas, que ele é o que é à parte delas. Se é para ele ter abundância ou padecer necessidade, não importa.

Martyn Lloyd Jones/Reflexões

Nenhum comentário:

Postar um comentário