25 maio 2010

PÁGINA EM BRANCO

Ontem ao chegar em casa me deparo com a notícia que um grande homem de Deus, pregador e conhecedor genuíno da Palavra, passando dos 50 anos e reconhecido por sua vasta sabedoria, estava derrepente preso nas quatro paredes brancas de um hospital.

Chegamos a uma altura do campeonato em que tanto nos foi ensinado, já sabemos tanto (ou achamos que sabemos) sobre Deus que nada mais acrescenta com a mesma facilidade do tempo de inocência.
Por mais que ainda provemos da graça diária e do cuidado de Deus, ainda falta aquele ensino quase didático que aprendíamos com tanto gosto quando ainda eramos meros alunos da grandiosidade de Deus.
E que engano pensar que essa grandiosidade tem limites e que podemos nos sentir "diplomatas de Deus".

Me vi na mesma situação daquele homem, uma vez que eu já estava saturada e nada mais me encantava como nos meus primeiros passos.
Eu estava em fardo, em um tédio espiritual carente de querer saber mais alguma novidade sobre Deus. Algo que eu ainda não sabia, além das teorias já ensinadas, dos versículos já decorados e das palavras já pregadas.

Eu já sentia falta até mesmo de alguém que me provasse que eu estava completamente errada á cerca de algo sobre Deus, mas meu conhecimento que eu julgava tão vasto, me bastava e me bloqueava de tudo que era novo.
E como é grande a necessidade de mais, do renovo de conhecimento diário, que eu já não tinha mais...
Por mais que eu reconhecesse e agradecesse o derramar da graça e dos presentes diários que mesmo sem merecer Deus nunca me deixou de entregar, ainda não era o suficiente pra que fosse realmente impressionante, á ponto de mudar alguma realidade minha, me mudasse um conceito, me surpreendesse de fato.

Deus também me permitiu ficar entre quatro paredes brancas, não devido á alguma doença da carne, mas á uma doença na alma.
Derrepente todos os meus conceitos, toda a minha suficiência, todas as minhas certezas se desfizeram, eu fiquei com medo, me senti nua, pra onde havia ido toda a minha segurança?

Me senti um papel em branco. Tanta aparente contradição, tanta dúvida, tanta dor e essa falta de conseguir conectar os fatos da minha vida e achar algum nexo nisso tudo me emparedaram.
Precisou de que eu fosse ao ponto zero para recomeçar a contagem.
Deus ainda tem tanto a me ensinar, eu já não conseguia aprender.
Depois de tanto eu ensinar, eu já não conseguia aprender.

Agora é tempo de recomeçar a contagem, aquelas novidades que eu tanto esperava estão por vir, mesmo que em medo ao medo, sinto que finalmente vou me surpreender.
Eu era uma pedra, forte, bela, firmada (e ainda firmada), mas depois que foi fortemente ferida, descobriu-se que havia ouro por trás daquela rocha.
E estas quatro apredes brancas da minha alma me tornaram um papel branco.

Sou mera página limpa. Deus, comece a escrever!

goamandago.blogspot.com

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