11 julho 2010

SOCIEDADE CLASSE A

Pesquisa revela qual o conceito de luxo na visão da classe média alta paulistana, a mais consumista do Brasil

Uma pesquisa realizada com paulistanos de classe média, em abril deste ano, divulgada recentemente pela empresa APPM (Análise, Pesquisa e Planejamento de Mercado), revela qual é o conceito de luxo para essas pessoas. O levantamento foi feito com dois grupos qualitativos: com homens e mulheres de 20 a 28 anos e de 30 a 50 anos, com renda acima de dez salários mínimos.

Diversas possibilidades foram levantadas pelos entrevistados. Com base nos resultados obtidos, o luxo pode ser analisado sob duas vertentes. Uma delas, mais explícita, mostra que ele está diretamente relacionado a gastos, custos altos e altos valores para comprar produtos e serviços.

Outro lado, mais subjetivo e filosófico, aposta em atitudes e escolhas, em estilo de vida. Em ambos os casos, luxo é ter liberdade de fazer o que quiser e ter acesso ao que se almeja. “Pessoalmente, cada participante se referiu a um aspecto que considera seu luxo, variando desde usar um cosmético importado de determinada marca ou gastar com massagens até assistir a um show no exterior, ir a um restaurante caro, fazer uma viagem para um lugar exótico ou ter condições de estudar com o apoio dos pais”, afirma Rodrigo de Souza Queiroz, diretor de Comunicação e Marketing da APPM.

O conceito de luxo é variável e depende de desejos e desígnios, oportunidades e escolhas, o que não impede que ícones e símbolos de riqueza e poder sejam reconhecidos por todos. Como símbolos do que todos consideraram luxo, os participantes citaram carros importados, joias, roupas, perfumes e algumas viagens.

Carros importados das marcas Ferrari, BMW, Porsche e Mercedes foram considerados objetos de desejo. Destaque para a Mercedes-Benz, que representou 24%, seguida pela Ferrari, com 19%.

Para as mulheres, perfumes e maquiagens são objetos de cobiça. A maioria apontou os gastos com produtos importados como seu luxo. Elas preferem as grife de alto valor e reconhecimento internacional como os cremes Lancôme, as maquiagens Mac e Chanel, perfumes Chanel, Giorgio Armani e Dolce & Gabbana.

Sinônimos de status, as marcas Louis Vuiton, Prada, Calvin Klein, Armani, Diesel, Dior e Lacoste foram as mais citadas pelos adultos. Já os jovens lembraram da Zoomp, Cavaleira, Zara e algumas marcas alternativas da Rua Benedito Calixto, em São Paulo. De maneira geral, entre as marcas mais lembradas pelos entrevistados estão Chanel, com 16%, Giorgio Armani, com 10%, e Prada, com 7%.

Sapatos e tênis foram apontados como desejos constantes. Especificamente para as mulheres, a quantidade de sapatos e bolsas vale mais do que exibir determinada marca. As etiquetas de calçados mais luxuosas foram Prada e Gucci, com 5% cada. Já os tênis Nike, com 44%, são os que atraem maior atenção. Por outro lado, as joias não despertam o interesse das mulheres, apesar de serem reconhecidas como itens de luxo.

Em relação às compras de roupas de grife, a frase que mais se encaixa no pensamento dos paulistanos é: “Não deixo de fazer compras no Brasil, mas aproveito para comprar em maior quantidade quando viajo para o exterior.”

Viajar também é chique. Escolher lugares menos convencionais, fazer passeios diferentes e ter tempo e dinheiro para gastar fora do País são prioridades para os entrevistados. Lugares como Ilhas Fidji, Taiti, Indonésia, Dubai, Riviera Francesa, Ilhas Gregas e Escandinávia foram os mais lembrados. Todos disseram que o mais importante é a possibilidade de fazer uma viagem interessante e passar por novas experiências. Para os mais jovens, viajar no estilo “mochilão” foi considerado tão luxuoso quanto viajar de maneira mais convencional, pois significa uma escolha pela aventura.

Nos últimos 12 meses, 68% dos entrevistados viajaram para o exterior. Os destinos mais escolhidos foram Estados Unidos e Argentina, com 13% cada.

A boa gastronomia foi considerada tão simbólica quanto uma viagem. É luxo poder frequentar bons restaurantes, como Dom, Jun, Antiquárius, Fasano, Sky, Fogo de Chão, Figueira Rubayat, Gero, Alfama e os da Rua Amauri, todos na capital paulista.

Questionados sobre a cidade de São Paulo, os entrevistados a compararam a Nova Iorque – onde se encontra de tudo, em qualquer horário e a diversidade é sua marca registrada. Para os dois grupos, a maior cidade da América Latina é um lugar onde o luxo está atrelado ao poder financeiro, tanto quanto as oportunidades existentes como as possibilidades proporcionadas por sua diversidade.

Para a pergunta “Na sua opinião, o que São Paulo possui de bom e que é comparável às cidades mais chiques do mundo em primeiro, segundo e terceiro lugar?”, 69% responderam que são os restaurantes/gastronomia e 21% o comércio. Com uma gama de mais de 9 mil lojas espalhadas por quase 100 shoppings centers, a capital paulista é o maior pólo de centros comerciais do País.

Por Leandro Duarte/arca universal

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