23 setembro 2010

Desigualdade de renda aumenta o risco de depressão

A distribuição desigual de renda em um país não afeta somente o bolso da população, mas também a saúde.

Um estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) divulgado nesta quinta-feira revela que a desigualdade de renda aumenta a probabilidade de depressão – principalmente nas pessoas que vivem em áreas urbanas, onde o efeito das diferenças econômicas é mais perceptível.

O estudo também mostra que o nível de renda, medido pelo Produto Interno Bruto (PIB) per capita do país, não afeta a probabilidade de desenvolver o distúrbio.

A referência para a pesquisa foram os Estados Unidos. O BID decidiu medir a possibilidade de cidadãos de um determinado país serem mais propensos à depressão do que os americanos. "Os pesquisadores usaram os EUA como referência devido à ampla disponibilidade de dados e pesquisas naquele país", explica a instituição.

Cidadãos da Etiópia, Coreia do Sul e Bolívia têm a mais alta probabilidade de serem deprimidos do que pessoas que vivem nos Estados Unidos, enquanto cidadãos da Mauritânia, Albânia e Holanda são os que apresentam menor probabilidade.

Segundo o levantamento do BID, a probabilidade de depressão diminui quando a porcentagem de pessoas religiosas na população total é elevada, efeito que pode ter compensado a desigualdade econômica e social. Entre 14 países desiguais, pelo menos oito apresentavam elevada porcentagem de pessoas que seguem alguma religião. Esse é o caso de Honduras, Panamá, Níger, Senegal, Jamaica, Uganda, Brasil e Moçambique.

O estudo analisou dados da Pesquisa de Opinião Pública Gallup 2007 para 93 países, e foi escrito por Natalia Melgar e Máximo Rossi, economistas da Universidad de la República, do Uruguai. O documento é parte do projeto de pesquisa em andamento do BID sobre qualidade de vida na América Latina e Caribe. A depressão é uma das doenças mentais mais difundidas no mundo. Transtornos mentais podem custar até 4% do PIB, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

(Com Agência Estado)/Veja

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