04 outubro 2010

Americanos descrevem mais de 40 combinações de atos sexuais

Pesquisa com mais de seis mil pessoas revela o comportamento sexual da população dos Estados Unidos. Camisinha é usada por 1 a cada 3 solteiros

O maior estudo já feito nos Estados Unidos sobre o comportamento sexual de sua população, conduzido por pesquisadores da Universidade de Indiana, trouxe novos dados atualizados sobre a forma como os americanos tratam sua sexualidade, incluindo a descrição de mais de 40 combinações de atos sexuais em um mesmo encontro, padrões de uso de preservativo por adolescentes e adultos e a porcentagem de americanos que se relacionam com parceiros do mesmo sexo. Os adultos dizem sentir a mesma excitação, prazer e orgasmo com ou sem a camisinha.

A Pesquisa Nacional de Saúde e Comportamento Sexual (na sigla em inglês NSSHB, de National Survey of Sexual Health and Behavior) é um dos estudos mais completos sobre o tema das últimas duas décadas e documentou a experiência do uso da camisinha em 5.865 adolescentes e adultos de 14 a 94 anos.
"As pessoas têm curiosidade sobre a vida sexual dos outros", diz Debby Herbenick, diretora associada do Centro para a Promoção da Saúde Sexual (CSHP) da universidade.
"Eles querem saber com qual frequência homens e mulheres em diferentes idades fazem sexo, os tipos de sexo e se eles têm uma experiência saudável ou passam por dificuldades".

De acordo com ela, os dados colhidos pelo estudo respondem essas perguntas e mostram como o sexo mudou nos últimos 20 anos desde a última pesquisa equivalente.

O preservativo é usado em uma a cada quatro (25%) relações com penetração vaginal, e por um a cada três solteiros (33%).
Segundo Michael Reece, diretor do Centro para a Promoção da Saúde Sexual da universidade, quando comparado a de estudos anteriores, esse resultado mostra o aumento do uso da camisinha em vários grupos sexualmente ativos.
Os pesquisadores também descobriram que os preservativos são usados com frequência duas vezes maior entre os parceiros de sexo casual do que os parceiros fixos, principalmente entre homens e mulheres perto dos 50 anos.

Nos Estados Unidos, o repertório sexual dos adultos é variado.
Segundo a pesquisa, eles raramente mantêm apenas um ato sexual quando se relacionam. São mais de 40 combinações que os adultos descreveram em suas mais recentes aventuras.
A penetração vaginal é ainda o ato mais comum entre os adultos, mas a relação é rica de outros eventos sexuais que não envolvem penetração, mas incluem masturbação pelo parceiro ou sexo oral. Quando se trata de sexo responsável, o uso do preservativo é maior entre os negros americanos e hispânicos do que entre os americanos brancos e os de outras etnias.

Entre os adolescentes - e estes são dados que pouco aparecem na literatura científica -, a NSSHB revela que eles estão mais responsáveis. Segundo Dennis Fortenberry, que liderou a avaliações com os adolescentes, muitas pesquisas de comportamento sexual entre os mais jovens criaram uma impressão de que eles estão se tornando sexualmente ativos mais cedo, e que a maioria deles já é ativa. "Nossos dados mostram que muitos deles se abstém ou usam preservativo quando se relacionam", diz. Enquanto 40% dos meninos com 17 anos disseram ter transado pelo menos uma vez no último ano, apenas 27% deu a mesma resposta para os últimos 90 dias. O estudo também demonstrou que, hoje, os adolescentes tem menos comprometimento com seus parceiros.

Os adultos mais velhos têm uma vida sexual ativa e agradável.
Eles relatam diferentes experiências e tipos de parceiros, apesar do índice mais baixo do uso da camisinha estar entre os americanos com mais de 40 anos.
Nessa idade não há tanta preocupação em evitar a gravidez, por isso o estudo considera necessária a conscientização dessa faixa etária para o risco de contrair doenças sexualmente transmissíveis (DST's).

Cerca de 85% dos homens disseram que o parceiro teve orgasmo em sua última relação sexual. Entre as mulheres, apenas 64% disseram que chegaram ao orgasmo na última relação.
A diferença, segundo o estudo, é muito grande para compensar aqueles homens que têm parceiros do mesmo sexo - o que indica que algum dos dois está mentindo (ou durante a relação ou na pesquisa).

Aproximadamente 7% das mulheres e 8% dos homens se declaram gays, lésbicas ou bissexuais. No entanto, a porcentagem de homens e mulheres que já teve relação com o mesmo sexo em algum momento de suas vidas é maior.

Quando se trata de penetração vaginal, os homens são mais propensos ao orgasmo do que as mulheres.
Elas, por outro lado, chegam à excitação máxima mais facilmente se misturam vários tipos de posições e atos sexuais, incluindo oral ou penetração.

Os resultados foram publicados em nove artigos científicos no dia 1º de outubro em uma edição especial do The Journal of Sexual Medicine. Segundo Michael Reece, diretor do CSHP, trata-se da pesquisa mais representativa do comportamento sexual e do uso da camisinha já realizada nos EUA.

Revista Època

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