28 fevereiro 2011

PERGUNTAS SEM RESPOSTAS


A vida é cheia de mistérios. Questionamentos acerca da natureza e do sentido da vida são universais em qualquer cultura e a cada geração. Todo mundo se pergunta a respeito do propósito da vida de uma forma ou de outra.
Da mesma maneira que nossos ancestrais, também já olhamos para o céu estrelado e, maravilhados com a magnificência celeste, indagamos: “de onde vim? Por que estou aqui?”.

Temos um vínculo com o salmista, que escreveu: Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste; que é o homem mortal para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites? (Sl 8.3,4).

Fitamos o bebê recém-nascido e ficamos maravilhados com o enigma e a grandeza da vida. Em maiores ou menores proporções, o extraordinário está presente em nossa existência.
Outro antigo escritor expressou muito bem essa admiração: Há três coisas que me maravilham, e a quarta não a conheço: o caminho da águia no céu, o caminho da cobra na penha, o caminho do navio no meio do mar e o caminho do homem com uma virgem (Pv 30.18,19).

O mistério nos cerca. Ele é parte da honra de poder viver.
Entretanto, muitas pessoas não veem dessa forma. Elas querem a vida esmiuçada em pequeninas partes, para que possam consumi-la.
Desconfortáveis com o mistério, esses indivíduos precisam do significado de sua existência interpretado e exibido em gráficos, para não haver confusão e incerteza.
Neste caso, infelizmente, o desapontamento é uma constante, pois a vida não é assim.

Se quisermos construir uma vida sólida e significativa, precisamos estar abertos para admitir o mistério.
Temos de aceitar o fato de que nunca saberemos tudo que gostaríamos de saber. Muitas situações estarão sempre fora do alcance da compreensão, e algumas questões, eternamente além de nosso entendimento.

Isso significa que devemos conduzir a vida com uma dose saudável de humildade e admitir que não sabemos, e tampouco podemos compreender, tudo.

O que você faz quando a vida o pega de surpresa? Como reage quando situações inesperadas acontecem?
Imagine o que você pensaria se tivesse acabado de casar e seu cônjuge morresse subitamente; se seu pai tirasse a própria vida; se descobrisse, depois de 30 anos, que sua mãe não é a sua mãe biológica; se perdesse as economias de toda a sua vida, ou os investimentos de sua empresa. Como você pode explicar ou entender essas tragédias?

Algumas pessoas insistem em querer saber as respostas de tudo. Elas têm em mente que nenhuma área do conhecimento está além da compreensão humana. Agindo assim, quando algo as atinge, ficam deprimidas.

Nossa insaciável busca pelo entendimento e pela sapiência é perfeitamente natural — até certo ponto. Afinal, nosso Criador nos moldou curiosos no que diz respeito a nós mesmos e ao ambiente que nos cerca. A chave é manter tudo em uma perspectiva equilibrada.
Parte deste panorama é a consciência de que há certas circunstâncias que simplesmente nunca entenderemos.

Muitos me perguntam por que pareço nunca ficar deprimido ou frustrado.
Uma das razões é porque percebi, há 30 anos, que existem certos enigmas a que nunca conseguirei responder. Procuro todas as respostas ao meu alcance, aceito o fato de que algumas fogem à compreensão humana (e provavelmente sempre fugirão) e sigo em frente.
Há algumas perguntas a que jamais responderemos. Compreender e aceitar essa verdade torna a vida muito mais simples.

Myles Munroe

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