10 abril 2011

Frozens': nem tão iogurte quanto dizem ser


Os ventos de outono trouxeram más notícias para o setor de frozen yogurts, que se firmou como uma mania no verão carioca. Tema de investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro e de análise da Proteste - Associação de Consumidores, o produto virou alvo de polêmica.

É que diferentemente do que o nome em inglês sugere, iogurte gelado, de oito marcas avaliadas, pela entidade, apenas uma (Yogenfrüz) poderia carregar esse rótulo, revela reportagem de Luciana Casemiro.

Para as demais, o mais adequado seria dizer, segundo a Proteste, que se tratam de sorvetes à base de iogurte.

Dentro dessa classificação estão as marcas Yogolove, Yoggi, Yogoberry, Yoforia, Tutti Frutti Frozen Yogurt e Bendita Fruta. Já a Yogofresh não apresentou iogurte no produto, segundo o teste.

Como não existe uma legislação específica para frozen yogurts, a Proteste utilizou na análise a regulamentação do Ministério da Agricultura que determina um número mínimo de bactérias por grama para ser classificado como iogurte. Além disso, a entidade avaliou o percentual de açúcar - de acordo com o padrão da Agência de Saúde do Reino Unido - e de gordura.

- É um produto caro, de R$ 6 a R$ 8, a menor porção, e o mínimo que se espera é que ele seja o que se propõe. E a maioria deles não é um iogurte congelado, como entendem os consumidores. De qualquer forma é um produto com baixo teor de gordura e moderada quantidade de açúcar. Mas a denominação de venda tem que ser outra - diz Manuela Dias, técnica da área de alimentos da Proteste, ressaltando que o iogurte tem outros benefícios, como para a flora intestinal.

Fornecedores querem criar uma classificação para o produto

A denúncia de um consumidor foi o ponto de partida da investigação do promotor Pedro Rubim Fortes, da 4 Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Consumidor, do MP do Rio. Iniciada no fim de 2010, a investigação deu origem a um inquérito civil, ratificado pela análise da Proteste, que confirma que há um posicionamento abusivo das empresas, diz Fortes:
- O produto é mais saudável que um sorvete, mas não tão saudável quanto um iogurte. O que queremos é dar ao cidadão a possibilidade de um consumo informado.

O promotor está chamando as empresas para assinar um termo de ajustamento de conduta (TAC) para que se comprometam a informar que o produto é um sorvete à base de iogurte e para que forneçam informações nutricionais detalhadas no interior das lojas. $acordo com Fortes, há marcas que já começaram a mudar o posicionamento. Algumas inclusive estão prestes a assinar o TAC, entre elas estão Yoggi, Yogolove e Yoforia:

- Quem não reconhecer o que foi provado pelo teste e não se adequar poderá ser alvo de uma ação civil pública e de multa.

Renato Duprat, presidente da Mil Mix, empresa responsável por 70% da produção de mix para frozen yogurts do país, que abastece 300 postos de venda, diz que o nome é comercial. Ele explica que, para solucionar o malentendido, está sendo estudada a criação da Associação Brasileira de Frozen Yogurt, reunindo produtores dos mixes, fornecedores de máquinas e lojistas:

- A ideia é propor a adoção de uma classificação para o produto. Frozen yogurt é um nome fantasia dado pelo mercado. O produto nunca foi classificado como iogurte. Mas admito que é confuso para o consumidor, por isso, acho inevitável haver uma padronização. Em outros países, o frozen é classificado como sorvete com 0% de gordura, um sorvete diferenciado, mais saudável - diz Duprat, que responde também como fornecedor da Yogofresh.

Em nota, Alexandre Duarte, diretor Comercial, da Yoforia, defende que o frozen yogurt deveria ser designado como "uma sobremesa gelada produzida com iogurte ou que contenha em seu preparo iogurte, coalhada e até mesmo skyr (sobremesa islandesa à base de leite desnatado)".

Duarte ressalta que a empresa não pode se pronunciar de forma conclusiva por não ter sido apresentada às credenciais do laboratório que realizou os testes e o método utilizado, e também pela falta de acompanhamento de um responsável da empresa ou de órgão regulatório oficial durante a análise que pudesse comprovar a inexistência de vício que comprometesse o resultado final.

O Globo

2 comentários:

  1. Isso é um absurdo mesmo. Você paga caríssimo por um produto, acreditando que ele é o que a marca propõe, e depois descobre que foi enganado. Se for pra comer sorvete, o povo compra sorvete normal, que é muito mais barato. Fala sério... Imagino a raiva de uma pessoa que comeu isso, achando que podia incluir na dieta... kkk

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  2. A YOGENFRUZ ë uma marca canadense e soube que o sorvete vem pronto do canada em pequenas barras por isso ele ë o ünico sorvete de yogurt verdadeiro< pois lä não pode vender gato por lebre> então sinto muito galera mas os yogoberry da vida podem não ter gordura mas tem muito acucar para a silueta e não traz nenhum beneficio para a saüde como os produtos probiöticos< sö acucar e caro> ë melhor voltar para o nosso velho e tradicional sorvete pelo menos sabemos o que estamos comendo>

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