06 novembro 2009

Alinne Moraes: o desafio da tetraplégica Luciana


Aos 26 anos, a modelo-atriz Alinne Moraes já registra ao menos três papéis difíceis na carreira. Em 2003, deu corpo a uma menina lésbica na novela Mulheres Apaixonadas. Quatro anos depois, viveu a vilã Silvia, de Duas Caras. Agora, em Viver a Vida, novela das 21h da Rede Globo, ela faz Luciana, uma modelo ambiciosa que se torna tetraplégica após um acidente. De todos os papéis, este é o maior desafio, conclui a sorocabana radicada no Rio. Especialmente pelo que exigirá dela fisicamente - Luciana terá movimento parcial dos braços e nenhum das pernas. Para viver a personagem, Alinne vem fazendo laboratório e realizando muita pesquisa. Na entrevista a seguir, ela fala sobre o processo de preparação.

O que você sentiu quando recebeu o convite para viver a Luciana?
Eu soube em abril que viveria a Luciana, e fiquei surpresa com a escolha. Depois, quando tive mais informações da história da personagem e li os primeiros capítulos da novela, percebi que esse seria o meu maior desafio até hoje. E, se o Jayme [Monjardim, diretor] e o Maneco [Manoel Carlos, autor da trama] me deram a Luciana, é porque estão seguros da escolha. Me sinto honrada.

O papel envolve também marketing social. O que você espera dessa personagem?
Acho que a novela poderá não só ajudar as pessoas com deficiência, mas abrir os olhos daqueles que desconhecem esse drama. Vamos contar uma história linda e verdadeira.

Como está sendo a sua preparação?
Para fazer a Luciana, conheci algumas pessoas,como a Flávia Cintra que é consultora da novela. Eu me aproximei bastante dela, que é jornalista, casada e mãe de duas fofuras de dois anos de idade. Há 18 anos, ela sofreu um acidente que a deixou tetraplégica. Estamos sempre nos falando, e eu estou aprendendo muitas coisas. Uma delas é que a sociedade não os enxerga de verdade. Eu também treinei com uma professora que foi colocada à minha disposição e fiz um laboratório à minha maneira.

O que pesa mais na composição da Luciana, o lado físico ou emocional?
A minha preocupação é mais com a questão do corpo e dos movimentos, e não com o emocional. Conheci pessoas com diferentes níveis de deficiência e com histórias distintas, e acompanhei suas ações: vi como trocam de roupa, cozinham, cuidam dos filhos, tomam banho, escovam os dentes.

Você pretende se basear mais nos movimentos de alguma pessoa específica, como a Flávia Cintra?
Não. Acompanhando essas diversas pessoas, eu percebi que, apesar de todas terem em comum a deficiência, elas são bem diferentes, agem de forma distinta. Isso me possibilita uma liberdade de atuação.

O acidente afastará Luciana das passarelas?
Eu tenho pouca informação ainda sobre a nova situação da Luciana, porque não recebi os capítulos futuros. Estou aberta às surpresas que chegarão do Manoel Carlos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário