07 janeiro 2010

A MENINA QUE NÃO CONHECIA O MAR


Conta uma lenda que, muito antigamente, no tempo quando nem existia televisão ainda.
Quando viajar era de trem e para poucos.
Havia uma pequena menina que morava no interior, numa cidadezinha cujo nome, até hoje, nem consta nos mapas.

Esta menina observava os viajantes chegarem à sua casa e falar sobre os lugares por onde passavam, contavam histórias da cidade grande, mas havia algo que sempre a deixou intrigada.
Eles falavam de uma coisa chamada "mar".

Para uma menina acostumada com a poeira da estrada de chão e a sequidão do sertão, onde água, quando tinha, só na torneira ou na bica.
Tentar conceber a imagem de um lugar cheio de água que cobria todo o horizonte, até onde os olhos podiam alcançar, era um misto de curiosidade, incredulidade e temor.

Aos poucos, dentro daquele pequeno universo, a pequena menina foi crescendo.
Seu único desejo era poder sair daquele lugar para conhecer o tal do mar.
Ela sempre ouviu falar sobre o barulho que ele fazia quando quebrava suas ondas nas rochas, de como conseguia engolir embarcações gigantescas e até mesmo o sol todos os dias.

Quando fez 15 anos, ela quis realizar o grande sonho de sua vida. Conhecer o mar.

O pai não teve outra escolha, a não ser cumprir o desejo da filha.

Passagens compradas no guichê da estação de trem. Era uma longa jornada até chegar no litoral, mas a menina nem prestava atenção nas paisagens que iam aparecendo na janela do trem.

A viagem levaria uns dois dias, mas ela não se importava, valia o sacrifício para ter o sonho realizado.

Chegando o grande dia, já estavam se aproximando do litoral.
A menina eufórica foi para a praia.
A primeira lágrima escorreu dos olhos dela.
Era lindo o que via, nada do que ela imaginou era tão grande e estonteante como o que ela estava vendo e presenciando naquele momento.

— Pai, eu posso chegar perto dele?

Perguntou a menina, ao pai, sem conseguir segurar as lágrimas misturadas com o sorriso mais radiante que ele já tinha visto nela.
Antes que ele respondesse, ela já corria pela areia da praia tirando os sapatos.

Ela só queria chegar perto o suficiente para descobrir se a água era tão salgada e gelada quanto falavam.
Ela já começava a sentir a areia molhada na sola dos pés e de repente, a euforia se misturou com um medo que ela nunca havia sentido antes.
Todas as histórias que ela já tinha ouvido sobre o mar, até então, começaram a vir à sua mente ao mesmo tempo.

A violência do barulho das ondas quebrando na areia a segurou por um momento até que, calmamente, a sobra de água de uma onda avançou pela areia e cobriu seus pés lentamente.
Ela levou um susto, quis fugir, mas aqueles poucos segundos se eternizaram e a paralisaram enquanto a água escorria novamente para o mar fazendo cócegas na sola dos pés da menina.

O medo aos poucos se transformou em confiança e a menina tentou chegar mais perto do mar e o mar também se aproximava dela com ondas cada vez mais fortes.

Ela teria que escolher entre não provar o mar ou molhar o único vestido que tinha ganho de aniversário.
Até que, sem esperar, de repente, uma grande onda a cobriu e a molhou por completo.

Pronto, já não havia mais o que escolher, a surpresa da onda a fez se entregar por definitivo àquela nova experiência.

A menina finalmente encontrou o mar e o mar a encontrou também.


Em nossas vidas também é assim:
Nos relacionamos com Deus da mesma forma que esta menina se relacionava com o mar.

Vivemos na sequidão e expectativa de encontrar um Deus que, às vezes, só conhecemos de ouvir falar.
Ouvimos o testemunho de terceiros sobre suas experiências com a regeneração, cura e perdão experimentados em Deus.

Nada do que imaginamos pode chegar perto do que Ele realmente é e significa mas, muitas vezes, quando temos a oportunidade de prová-lo e conhecê-lo de fato, temos medo de molhar nossa aparência.
Perdemos, então, a oportunidade de vivenciar este poder de Deus em nossas vidas.

Para experimentá-Lo precisamos nos envolver profundamente.

Conhecer Deus por inteiro é a maior experiência que alguém pode desejar e alcançar em toda a sua vida.
Nada se compara ao seu poder e glória, nenhum oceano consegue ser maior ou mais profundo que o amor e perdão nEle encontrados para cada um de nós.

Buscá-lo, pode ser uma longa jornada, mas quando nos encontramos com a plenitude de Sua Glória não conseguimos deixar de tocá-lo ou ser tocados por Ele.

Quando encontramos Deus, ao mesmo tempo somos achados por Ele.

Algumas vezes somos pegos de surpresa por Deus e depois disto não há mais como voltar atrás.

Um dia, até mesmo o mar se rendeu à Palavra Viva de seu Criador.
Quem tem poder para criar e dar ordens ao mar, tem poder para trazer abundância de água a qualquer deserto.
Mais que o mar, quem o criou deseja transformar a sequidão do pecado e da morte em abundância de água viva de graça e misericórdia.

Permita, hoje, que a onda do amor de Deus inunde sua alma e lhe traga vida.

O Deus que pairava sobre as águas te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!

história de Pablo Massolar(ovelhamagra.com)

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