20 junho 2010

Sexo e prazer na vida conjugal



É possível lidar com as diferentes visões de homens e mulheres em relação à vida sexual e ainda manter o desejo no casamento

O receio de que a monotonia sexual venha fazer parte do casamento provoca bastante medo em algumas pessoas que pretendem contrair matrimônio algum dia. Muitos especialistas chegam a afirmar que essa rotina é um dos principais motivos que leva os cônjuges a procurar parceiros extraconjugais.

Todo casal tende a enxergar o sexo no casamento de forma distinta. Segundo Silmar Coelho – doutor em psicologia e liderança pela Universidade de Tulsa, nos Estados Unidos –, primordialmente, os homens são excitados pelo que veem, enquanto as mulheres são estimuladas, principalmente, pela audição.
"Quando ela escuta frases carinhosas, começa a se preparar para o sexo. No caso deles, em geral, o pensamento se limita ao ato em si; à chegada ao orgasmo e à autossatisfação. Contudo, isso não é uma regra. Tudo dependerá do grau de envolvimento entre o casal”, afirma.

Para o homem, um olhar pode ser suficiente para que tudo comece a acontecer. “Basta ver a esposa trocar de roupa para que os estímulos sexuais o coloquem em estado de alerta. Mesmo que ele nem esteja pensando em sexo, uma rápida olhada, um pequeno gesto ou um descuido da sua mulher ao sentar-se, conseguem excitá-lo”, diz Coelho.

Também são várias as maneiras pelas quais a mulher pode ser estimulada. “Primeiramente, pelo tato. Ela precisa ser tocada e acariciada para que o processo de excitação sexual se inicie. Para ela, não basta ver. Por isso, o marido deve, então, descobrir as partes erógenas da esposa, que são as áreas do corpo mais sensíveis ao toque e ao prazer. A nuca, o joelho, as áreas em torno das axilas, as coxas, as orelhas, a ponta dos dedos, o pescoço, o umbigo, o clitóris, os cabelos e os seios, são alguns exemplos. Na Bíblia Sagrada, no livro de Cântico dos Cânticos, estas áreas são descritas com clareza e poesia”, lembra o especialista.

De acordo com Coelho, muitas vezes, a mulher se satisfaz com a companhia do marido sem que o casal tenha que fazer sexo no fim do dia. Já o homem não. Tudo o leva a pensar em sexo.

Felicidade sexual

O especialista avalia que uma vida sexual plena não depende apenas da procura pelo prazer ou da autoafirmação. Ela é fruto de um relacionamento diário onde impera o amor, o respeito, a renúncia e a fidelidade. “Quando valores como estes são trocados pela mentira, o orgulho e o egoísmo, não é possível haver felicidade sexual”, atesta.

Apesar de existir diferenças na forma de pensar nesse assunto, o psicólogo explica que para alguns homens a satisfação sexual está diretamente ligada à realização de sua mulher.
“Quando chega ao orgasmo e ela não, muitos têm a sensação de fracasso; de não ter sido o amante perfeito que imaginava ser”, explica.

Por mais romântica que a mulher seja, ela espera sempre ser surpreendida pelo marido.
“Ela, precisa ser aguçada, antes de tudo, pelo ouvido, recebendo elogios, ouvindo que é amada e que o faz feliz. Ao escutar palavras amorosas e coisas desse tipo, ela começa a preparar-se para o sexo. Para esse momento de intimidade, a mulher precisa estar bem emocionalmente”, ressalta Coelho.

Também é bastante comum que parte dos homens não consiga demonstrar o amor com palavras. “No entanto, é possível evidenciar esse sentimento com gestos e atitudes como – respeito, fidelidade, carinho, e pequenas tarefas ou presentes. Meu pai não dizia “eu te amo” para minha mãe, mas todas as noites, ele trazia um doce que ela colocava sobre a mesa sem dizer uma palavra”, recorda o especialista.

Ele lembra ainda que o homem é o único ser que faz sexo olhando nos olhos um do outro. “Isso indica que é preciso que o casal se conheça, se doe. O sexo é ternura, entrega, é desnudar-se não somente no corpo, mas confidenciar tudo e deixar-se descobrir pelo outro, abrindo todas as portas e convidando a pessoa amada para morar, viver e aventurar-se dentro dela”, finaliza.

Por Carlos Gutemberg

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