29 junho 2010

Todo ziriguidum de Baby do Brasil



Baby, 47, andava sumida. Parou se assinar Consuelo. Virou do Brasil. Deixou a música brasileira depois que teve o que chama de "revelação", se dedicou à música gospel e fundou, no Rio, a igreja Ministério do Espírito Santo de Deus em Nome do Senhor Jesus Cristo.

Pois a cantora que fez história nos Novos Baianos está de volta. E os fãs tiveram neste domingo (27) uma ótima oportunidade de ver ao vivo uma das melhores cantoras brasileiras, como atração do projeto Sesc MPB.Com, às 11h, no parque municipal.
No repertório, "Brasil Pandeiro", "A Menina Dança", "Preta Pretinha" e "Menino do Rio".
Ao telefone, do Rio, Baby mantém a verve e a energia que a consagraram. "Estou aquecendo as turbinas para fazer uma turnê maravilhosa". .

Baby prepara o lançamento de dois CDs este ano. Um de música gospel e outro duplo, de MPB e música gospel, com participação, entre outros, de Nico Assumpção. "Serão músicas minhas, algumas em parceria com minhas filhas", conta a cantora, que terá trajetória registrada em documentário dirigido pelo carioca Rafael Saar.

Dos tempos de Novos Baianos, Baby guarda muitas histórias. Garante que nunca foi complicado ser a única mulher no meio de tantos homens. Lembra de episódios engraçados, como a que falavam que era a mulher dos "nove" baianos. "Como morávamos todos juntos, achavam que aquilo era uma bagunça. Nunca senti o peso quando as pessoas me acusavam de alguma coisa. Sempre fui de perdoar. Perdão é o melhor remédio para você não sentir dor", filosofa Baby, que na época foi casada com o guitarrista Pepeu Gomes.
Lembra que os comentários perderam força quando começou a "parir compulsivamente". "Passei uma década parindo e amamentando. Isso provocou uma ternura muito grande do público comigo. Num tempo em que todo mundo dizia que era para ter no máximo dois filhos, já estava no quarto".

“Sou uma caçadora de Deus”
Quando o assunto é religião, é inegável o entusiasmo de Baby do Brasil. “Compreendi que todo mundo ia enlouquecer quando tive o arrebatamento. Fui parar em cima. É diferente de religiosidade. É revelação. Isso faz parte da minha busca de ser uma caçadora de Deus”, determina.
Diz que as duas entrevistas que gravou para o programa de Jô Soares foram importantes para desmitificar um pouco tudo isso. “Jô foi espetacular comigo”, fala Baby, ressaltando que sempre percebeu um certo preconceito em relação à música gospel. “As rádios tocam pontos de macumba e ninguém critica”.

A cantora diz ter hoje um respeito muito grande dentro do segmento gospel. “No gospel, você não entra simplesmente porque lançou um CD. Gospel é fechado. Você só entra se realmente tiver um encontro com Cristo. Não se faz gospel por grana ou interesse. Estes dez anos que fiquei longe, a galera vivia me pedindo para voltar a cantar música brasileira. Mas foram os dez anos mais importantes da minha vida”.
Recentemente, ela dividiu o palco com duas grandes influências suas: Elza Soares e Ademilde Fonseca. “Sempre foi um desejo meu que estivéssemos juntas. São duas cantoras que, desde o começo da minha formação musical, apreciei demais”, derrete-se a intérprete, revelando que há um projeto de rodar o país com esse show. (ML)

Jornal Pampulha/Notícias Cristãs

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