07 novembro 2010

O que Barrabás tem a ver com as nossas cômodas escolhas?

Fico me perguntando o que teria levado aquela multidão a escolher a convivência com um salteador, mandando o Filho de Deus para a morte na cruz. Por que escolheram Barrabás?

Mas, depois de muito pensar, cheguei à conclusão que, ao escolher Barrabás, os judeus estavam apenas optando pelo conforto do comodismo. Jesus seria uma escolha incômoda, vejamos:

Barrabás roubava seu dinheiro, mas não fazia qualquer questionamento sobre o seu modo de ganhá-lo.

Ela não se importaria se você quisesse servir a Deus e a Mamom ao mesmo tempo. Para ele, isso era plenamente possível, e, querendo, você poderia até acrescentar mais alguns deuses ao seu panteão - Dionísio, Eros, Afrodite, etc. Aliás, para Barrabás, todos os caminhos levam a Deus, principalmente os mais lucrativos.

Se você perguntasse a Barrabás o que fazer para alcançar a salvação, ele jamais questionaria sobre sua obediência aos mandamentos bíblicos, muito menos o mandaria dividir seus preciosos bens materiais com os pobres. No máximo, pediria que você dividisse com ele.
Não se preocupe, sua opulência, seu orgulho e sua soberba não vão lhe impedir de alcançar a salvação em Barrabás, pois, para ele, a porta não é estreita, nem o caminho apertado.
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Quanto à coisinha incômoda chamada amizade, não tem problema nenhum. Barrabás nunca chamaria ninguém de amigo.

Aos seus seguidores, chamaria "comparsas", aos demais, vítimas.
Amigos precisam da gente, às vezes, nas horas mais incômodas, e muitos até dependem da gente. Além disso, amigos nos lembram outra palavrinha incômoda chamada AMOR.
Amar pra quê? Odiar é muito mais fácil. E, quando você consegue mostrar para todo mundo que é capaz de odiar, a vida se torna muito mais fácil.
Ninguém mais vai pedir sua ajuda, bater na porta fora de hora... Nem em hora alguma.

Por fim, Barrabás não pediria para você tomar a sua cruz antes de segui-lo.

Sofrimento é algo inconcebível para Barrabás. Para segui-lo, basta estar disposto a passar por cima de tudo e de todos para atingir seus objetivos. Para ele, não há nada que você possa aprender com o sofrimento.

Assim, dá pra entender o porquê da escolha daquela multidão. É a mesma escolha que muitos fazem até hoje. Quantas vezes eu e você não estivemos diante da fatídica pergunta "CRISTO OU BARRABÁS?" e acabamos por fazer a escolha mais cômoda?

Mas vamos combinar uma coisa, para o nosso próprio bem - e não para o nosso próprio conforto - na próxima vez que estivermos diante da mesma pergunta, vamos pensar um pouco mais.
A escolha mais cômoda pode não ser a melhor escolha.


Elias Soares / A-BD

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