19 setembro 2010

Perfil falso atrai amigos virtuais

Empresa de segurança na internet inventa perfil falso em rede social e atrai milhares de pessoas, que revelam até mesmo informações confidenciais

A BitDefender, empresa multinacional do ramo de sistemas de segurança para dados em computadores, realizou um teste que revelou resultados preocupantes.
Os especialistas da empresa criaram um perfil falso em uma grande rede social que é moda no momento (não revelaram qual) para analisar a “taxa de amizade” e ver quantas pessoas aceitavam o convite sem nem mesmo saber direito de quem.
De 2 mil convidados, 1,872 mil aceitaram (94%).

A identidade inventada explica muita coisa: uma loira de 21 anos com boa aparência e muita ingenuidade, que trabalha com Tecnologia da Informação (TI). A coleta de dados foi realizada no período de uma semana.

Na ânsia de aumentar o número de “amigos” na rede de relacionamento, muita gente aceita qualquer um, sem nem mesmo saber se o perfil é real. Dos mais de 1,8 mil que aderiram, muitos deram à “loirinha” informações como endereço, detalhes íntimos e até mesmo dados sobre trabalho que deveriam ser tratados com confidencialidade.

Os escolhidos foram mil homens e mil mulheres, com idades entre 17 e 35 anos, de todo o mundo. Com os resultados, foram definidos quatro tipos de ceticismo dos usuários:

- Muito crédulos – aceitam novos perfis sem fazer nenhuma pergunta.

- Crédulos – aceitam depois de uma conversa de uma ou duas linhas apenas.

- Céticos – aceitam após conversa de três a cinco linhas.

- Não aceitam desconhecidos como amigos virtuais.

Do total dos que aceitaram a solicitação de amizade do perfil falso, 81% o fizeram sem fazer qualquer pergunta. Mas a grande preocupação da BitDefender veio de um dado inesperado: mais de 86% dos usuários classificados como “crédulos” trabalham na indústria de TI, sendo que 31% deles trabalham exatamente com segurança de dados.

As respostas sobre o motivo da aceitação do convite da desconhecida espantam: 53% disseram ser “porque ela tem um rosto adorável”; 17% alegaram ser um “rosto conhecido, mas não me lembro de onde nos conhecemos”; 24% porque “ela trabalha na mesma área” e 6% porque o perfil “parece interessante”.

Ilusão de anonimato

Dos que aceitaram o convite, 20 foram selecionados para conversas em tempo real pela internet. Os pesquisadores concluíram que o aparente anonimato permite que as pessoas divulguem mais informações do que se estivessem pessoalmente juntos.
Depois de meia hora, 10% dos usuários forneceram dados importantes e que requerem certo sigilo, como números de telefone, endereço e nome de familiares.
Dados preocupantes, pois não são raras as notícias de sequestradores que coletam dados sobre suas vítimas por redes de relacionamento tipo Orkut e Facebook.
Além disso, dados como os revelados fornecem pistas para senhas de segurança. Cerca de 73% dos usuários, nas conversas, chegaram até mesmo a falar de dados confidenciais sobre projetos das empresas em que trabalham.

A ilusão do anonimato que a internet propicia faz a cada dia mais vítimas, seja em golpes virtuais ou até mesmo pessoalmente, como no caso dos sequestros.
É necessário saber até que ponto é benéfico divulgar informações pessoais ou profissionais em redes de relacionamento e sites similares.

Por Marcelo Cypriano/arcauniversal

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