09 novembro 2010

RANIMIRO – Um homem de fé

Ranimiro Lotufo, é apaixonado por esportes e se considera um homem de sorte.
Há alguns anos, quase morreu num vôo de parapente.
O equipamento enganchou num fio de alta tensão e a descarga elétrica queimou a perna direita dele.
“O acidente foi uma bênção. Sou uma pessoa muito melhor hoje do que era quando tinha as duas pernas. Antes, era fraco espiritualmente e tinha muita ‘minhoca na cabeça’. Conhecia vários países, tinha dinheiro, mas minha vida estava mal”, reflete.

"Minha educação foi muito rigida e, hoje em dia, olhando pra trás, vejo o quanto foi importante que tenha sido assim. Cresci no meio dos irmãos (tem dois) e dos primos que vinham da cidade nas férias.
As brincadeiras sempre acabavam em confusão, mas minha mãe cuidava pra que o clima de confraternização retornasse. Evangélica, cristã, ela nos reunia todas as noites para que pudéssemos orar e pedir perdão a Deus pelas besteiras feitas no dia.
Aproveitava a deixa pra nos fazer pedir desculpas um pro outro. Funcionava!", relembra Ranimiro.

Esta educação também serviu para guiá-lo na adolescência e conduzir seu espírito aventureiro.
"A minha adolescência foi em Botucatu. Época em que comecei a andar de moto. Tinha até um grupo Os Tretas. Fiz algumas viagens com eles.
Na primeira delas, paramos num bar para tomar uns goles. Uns pediram pinga, outros cerveja, eu pedi café com leite.
Não precisa dizer o quanto riram da minha cara!!! O fato é que eu nunca fui ligado em álcool nem drogas".

Ranimiro encarou as adversidades com bom humor. “Decidi: ‘sou perneta e não vou esconder isso de ninguém.’”
Ele conta que jamais pensou em parar de praticar esportes.
“Quando diziam: ‘não dá mais’, eu ignorava e pensava: ‘Tenho que tentar’. E ia até conseguir”, lembra.

Ele começou a testar esportes que nunca havia feito.
No balanço final, experimentou mais modalidades nos últimos 13 anos do que havia provado antes.
“Tem que tentar, cair, levantar. Dizer ‘não consigo’ antes é o grande erro”, diz. Depois do acidente, Lotufo ainda fez seis trabalhos como modelo com a perna mecânica e sem disfarces. Virou videomaker e abriu uma produtora.

Além disso, dá palestras sobre motivação. Mas rejeita o rótulo de super-homem. “Nunca fiz nada disso para mostrar que sou forte. Quando você lava a alma, fica mais solto. Nada é melhor do que perceber o sentido da vida, enxergar coisas que não via antes”, conclui

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